Decisão



Alma querida,

Silencia os queixumes,

e ouves o silêncio que fala, que vibra,

que transmite os acordes

de uma nova etapa a vencer.

Prossiga, caminhe com vontade

e com coragem de vencer,

enxugue o pranto, a luz se avizinha,

alimente o coração com amor,

e logo o sol a acolherá em seus braços.


Fonte: Magia das mensagens




Doce Vida!



A Vida É Um Grande Bolo

Alice era uma criança que gostava de ajudar sua mãe a fazer bolo. Enquanto a mãe ia selecionando os ingredientes que pretendia utilizar, a menina prestava muita atenção em todo o material que era usado e deixava o bolo apetitoso. Ela aprendeu que, quanto mais ingredientes tinha o bolo, mais gostoso ele ficava. Quando Alice cresceu, aonde quer que ela fosse ficava conhecida por saber fazer bolos deliciosos e, nos aniversários de parentes e amigos, era muito solicitada para confeccioná-los. Ao perguntarem a Alice qual era o segredo dos seus bolos, o que é que os fazia tão saborosos, ela respondia: "O segredo está em saber misturar e aproveitar os ingredientes. Depois ... é só saboreá-los. "


Também a vida é assim ... como um grande bolo, com inúmeros ingredientes de sabor e consistência diferentes. Se o bolo irá ficar saboroso ou não, vai depender de como serão aproveitados os ingredientes .



 


O fogo das provações



Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho para sempre.

Assim acontece com a gente.


As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo.


Quem não passa pelo fogo, fica do mesmo jeito a vida inteira.


São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosa.


Só que elas não percebem e acham que seu jeito de ser é o melhor jeito de ser.


Mas, de repente, vem o fogo.


O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos: a dor.


Pode ser fogo de fora:


perder um amor, perder um filho, o pai, a mãe, perder o emprego ou ficar pobre.


Pode ser fogo de dentro:


pânico, medo, ansiedade, depressão ou sofrimento, cujas causas ignoramos.


Há sempre o recurso do remédio: apagar o fogo!


Sem fogo o sofrimento diminui. Com isso, a possibilidade da grande transformação também.


Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela,


lá dentro cada vez mais quente, pensa que sua hora chegou:


vai morrer.


Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma,


ela não pode imaginar um destino diferente para si.


Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada para ela.


A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz.


Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece:






BUMMMMMM!






E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente,


algo que ela mesma nunca havia sonhado.


Bom, mas ainda temos o piruá, que é o milho de pipoca que se recusa a estourar.


São como aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar.


Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem.


A presunção e o medo são a dura casca do milho que não estoura.


No entanto, o destino delas é triste, já que ficarão duras a vida inteira.



Não vão se transformar na flor branca, macia e nutritiva.


Não vão dar alegria para ninguém.

Não estrague seu dia




Não estrague o seu dia.

A sua irritação não solucionará problema algum...

As suas contrariedades não alteram a natureza das coisas...

Os seus desapontamentos não fazem o trabalho
que só o tempo conseguirá realizar...

O seu mau humor não modifica a vida...

A sua dor não impedirá que o sol brilhe amanhã
sobre os bons e os maus...

A sua tristeza não iluminará os caminhos...

O seu desânimo não edificará a ninguém...

As suas lágrimas não substituem o suor que você deve verter
em benefício da sua própria felicidade...

As suas reclamações, ainda mesmo afetivas,

jamais acrescentarão nos outros um só grama

de simpatia por você...

Não estrague o seu dia...

Aprenda, com a Sabedoria Divina, a desculpar infinitamente, construindo e reconstruindo

sempre para o Infinito Bem.



Francisco Cândido Xavier



























Fera ferida

Cidade dos poços

Aquela cidade não era habitada por pessoas, como todas as outras cidades do planeta.
Aquela cidade era habitada por poços. Poços vivos… mas afinal poços.




Os poços distinguiam-se entre si não somente pelo lugar onde estavam escavados, mas também pelo parapeito (a abertura que os ligava ao exterior).

Havia poços ricos e ostensivos com parapeitos de mármore e metais preciosos; poços humildes de tijolo e madeira, e outros mais pobres, simples buracos rasos que se abriam na terra.

A comunicação entre os habitantes da cidade fazia-se de parapeito em parapeito, e as notícias corriam rapidamente de ponta a ponta do povoado.

Um dia, chegou à cidade uma «moda» que certamente tinha nascido nalgum pequeno povoado humano.
A nova ideia assinalava que qualquer ser vivo que se prezasse deveria cuidar muito mais do interior do que do exterior. O importante não era o superficial, mas o conteúdo.
Foi assim que os poços começaram a encher-se de coisas.
Alguns enchiam-se de jóias, moedas de ouro e pedras preciosas. Outros, mais práticos, encheram-se de electrodomésticos e aparelhos mecânicos. Outros ainda optaram pela arte, e foram-se enchendo de pinturas, pianos de cauda e sofisticadas esculturas pós-modernas. Finalmente, os intelectuais encheram-se de livros, de manifestos ideológicos e de revistas especializadas.

O tempo passou.
A maioria dos poços encheu-se a tal ponto que já não podia conter mais nada.
Os poços não eram todos iguais, por isso, embora alguns se tenham conformado, outros pensaram no que teriam de fazer para continuar a meter coisas no seu interior…
Um deles foi o primeiro. Em vez de apertar o conteúdo, lembrou-se de aumentar a sua capacidade alargando-se.
Não passou muito tempo até que a ideia começasse a ser imitada. Todos os poços utilizavam grande parte das suas energias a alargar-se para criarem mais espaço no seu interior. Um poço, pequeno e afastado do centro da cidade, começou a ver os seus colegas que se alargavam desmedidamente. Ele pensou que se continuassem a alargar-se daquela maneira, dentro em pouco confundir-se-iam os parapeitos dos vários poços e cada um perderia a sua identidade…
Talvez a partir dessa ideia, ocorreu-lhe que outra maneira de aumentar a sua capacidade seria crescer, mas não em largura, antes em profundidade. Fazer-se mais fundo em vez de mais largo. Depressa se deu conta de que tudo o que tinha dentro dele lhe impedia a tarefa de aprofundar. Se quisesse ser mais profundo, seria necessário esvaziar-se de todo o conteúdo…
A princípio teve medo do vazio. Mas, quando viu que não havia outra possibilidade, depressa meteu mãos à obra.
Vazio de posses, o poço começou a tornar-se profundo, enquanto os outros se apoderavam das coisas das quais ele se tinha despojado…
Um dia, algo surpreendeu o poço que crescia para dentro. Dentro, muito no interior e muito no fundo… encontrou água!
Nunca antes nenhum outro poço tinha encontrado água.
O poço venceu a sua surpresa e começou a brincar com a água do fundo, humedecendo as suas paredes, salpicando o seu parapeito e, por último, atirando a água para fora.
A cidade nunca tinha sido regada a não ser pela chuva, que na verdade era bastante escassa. Por isso, a terra que estava à volta do poço, revitalizada pela água, começou a despertar.
As sementes das suas entranhas brotaram em forma de erva, de trevos, de flores e de hastezinhas delicadas que depois se transformaram em árvores…
A vida explodiu em cores à volta do poço afastado, ao qual começaram a chamar «o Vergel».
Todos lhe perguntavam como tinha conseguido aquele milagre.
— Não é nenhum milagre — respondeu o Vergel. — Deve procurar-se no interior, até ao fundo.
Muitos quiseram seguir o exemplo do Vergel, mas aborreceram-se da ideia quando se deram conta de que para serem mais profundos, se tinham de esvaziar. Continuaram a encher-se cada vez mais de coisas…
No outro extremo da cidade, outro poço decidiu correr também o risco de se esvaziar…
E também começou a escavar…
E também chegou à água…
E também salpicou até ao exterior criando um segundo oásis verde no povoado…

— Que vais fazer quando a água acabar? — perguntavam-lhe.
— Não sei o que se passará — respondia ele. — Mas, por agora, quanto mais água tiro, mais água há.
Passaram-se uns meses antes da grande descoberta.

Um dia, quase por acaso, os dois poços deram-se conta de que a água que tinham encontrado no fundo de si próprios era a mesma…

Que o mesmo rio subterrâneo que passava por um inundava a profundidade do outro.
Deram-se conta de que se abria para eles uma vida nova.
Não somente podiam comunicar um com o outro de parapeito em parapeito, superficialmente, como todos os outros, mas a busca também os tinha feito descobrir um novo e secreto ponto de contacto.
Tinham descoberto a comunicação profunda que somente conseguem aqueles que têm a coragem de se esvaziar de conteúdos e procurar no fundo do seu ser o que têm para dar… 


Fonte: Rosalie Debiasi